Obesidade e genética: será que está nos meus genes?

A obesidade e genética sempre caminharam lado a lado nas discussões sobre controle de peso e saúde metabólica. Mas será que o excesso de peso é algo herdado ou resultado apenas do estilo de vida? 

Muitas pessoas acreditam que se seus pais ou avós têm obesidade, então elas estão fadadas a viver com o mesmo problema. Mas a verdade é que a relação entre genética e obesidade é bem mais complexa do que apenas “está no meu DNA”.

Pesquisas revelam que certos genes podem sim influenciar a forma como o nosso corpo armazena gordura, regula o apetite e metaboliza os alimentos. No entanto, esses genes não determinam sozinho o destino do seu peso, porque fatores ambientais e comportamentais também desempenham um papel essencial. O que significa que, mesmo com uma predisposição genética, você pode tomar medidas para evitar ou controlar a obesidade.

Se você já ouviu alguém dizer que “tem tendência a engordar” e quer entender melhor o que isso realmente significa, continue lendo.

A genética pode determinar a obesidade?

Quando falamos sobre obesidade e genética, o que queremos entender é até que ponto os genes influenciam o acúmulo de gordura corporal. Estudos indicam que a genética pode explicar entre 40% e 70% da variação do peso corporal entre as pessoas. Ou seja, há um forte componente genético, mas ele não age sozinho.

Os genes ligados à obesidade podem afetar diferentes processos do corpo, incluindo:

  • Regulação do apetite e da saciedade: algumas pessoas têm genes que fazem com que sintam mais fome e menos saciedade, levando ao consumo excessivo de calorias.
  • Metabolismo da gordura: a forma como o corpo armazena e queima gordura também pode ter influência genética.
  • Sensibilidade à insulina: algumas variantes genéticas podem contribuir para a resistência à insulina, favorecendo o ganho de peso.

No entanto, nenhum gene isolado determina se alguém será obeso ou não. Na maioria dos casos, a obesidade é resultado de uma combinação entre genética e fatores ambientais, como dieta e atividade física.

Os principais genes associados à obesidade

Nos últimos anos, diversas pesquisas identificaram genes relacionados à obesidade. Entre os mais estudados, estão:

1. Gene FTO (Fat Mass and Obesity-Associated Gene)

O gene FTO é um dos mais estudados na obesidade. Ele regula o apetite e está associado a um maior consumo calórico, principalmente de alimentos ricos em gordura e carboidratos. Pessoas com variações nesse gene podem ter mais dificuldade em controlar a alimentação e sentem mais fome ao longo do dia.

2. Gene MC4R (Melanocortin-4 Receptor Gene)

Esse gene influencia diretamente o controle da fome no hipotálamo. Alterações no MC4R podem fazer com que a pessoa tenha um apetite aumentado e uma menor resposta à saciedade, levando ao ganho de peso ao longo do tempo.

3. Gene LEPR (Leptin Receptor Gene)

A leptina é um hormônio fundamental para a regulação da fome e do metabolismo energético. Algumas mutações no gene LEPR podem levar à resistência à leptina, ou seja, o cérebro não recebe corretamente o sinal de saciedade, aumentando a ingestão alimentar.

Se a obesidade tem um componente genético, por que nem todo mundo engorda?

Esses são apenas alguns exemplos de genes que influenciam a obesidade. Mas é importante reforçar: ter esses genes não significa que você está condenado a ser obeso. O ambiente e o estilo de vida ainda são fatores determinantes.

Se a obesidade fosse apenas genética, veríamos todos os membros de uma mesma família apresentando o mesmo padrão de peso. 

Mas isso não acontece. Isso porque os genes criam uma predisposição, mas não determinam um destino inevitável.

Pessoas com tendência genética a engordar podem, por exemplo, manter um peso saudável se adotarem hábitos corretos. O contrário também é verdadeiro: indivíduos sem predisposição genética podem desenvolver obesidade se tiverem um estilo de vida sedentário e uma alimentação desbalanceada.

Aqui estão alguns fatores externos que podem anular ou potencializar a influência genética:

  • Alimentação: dietas ricas em alimentos ultraprocessados favorecem o ganho de peso, independentemente da genética.
  • Atividade física: exercícios ajudam a controlar a expressão de genes relacionados ao acúmulo de gordura.
  • Qualidade do sono: a privação de sono desregula hormônios como grelina e leptina, favorecendo o ganho de peso.
  • Estresse e saúde emocional: o estresse crônico pode alterar a produção de cortisol, um hormônio que favorece o acúmulo de gordura.

Como agir se você tem uma predisposição genética à obesidade?

Se você tem casos de obesidade na família e percebe dificuldade em manter o peso, não significa que você está sem saída. Algumas estratégias podem ajudar a equilibrar essa tendência genética:

Adote uma alimentação anti-inflamatória

Dietas ricas em antioxidantes, fibras e gorduras boas podem modular a expressão dos genes que favorecem o acúmulo de gordura.

Mantenha uma rotina de exercícios físicos

A atividade física não só acelera o metabolismo, mas também regula hormônios como a insulina e melhora a resposta do organismo à leptina.

Regule o sono e o estresse

Dormir bem e controlar o estresse ajuda a evitar picos de cortisol, prevenindo o armazenamento excessivo de gordura.

Faça acompanhamento médico e nutricional

A obesidade não tem um único fator causador. Por isso, um tratamento eficaz precisa ser personalizado, considerando exames hormonais, análise do microbioma intestinal e a prescrição de suplementação adequada.

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Genética não é sentença!

Obesidade e genética estão, sim, conectadas, mas isso não significa que seu destino está selado. A ciência mostra que o ambiente e os hábitos podem ter um impacto tão grande quanto (ou até maior que) a predisposição genética.

Se você sente que já tentou de tudo para perder peso e ainda enfrenta dificuldades, é hora de buscar um tratamento adequado para o seu caso. Com as estratégias certas, é possível modular a genética e conquistar um emagrecimento sustentável e saudável.

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