Quando falamos sobre os sinais do lipedema, muita gente ainda pensa que se trata apenas de um acúmulo de gordura localizada.
Mas o lipedema é muito mais do que isso. Ele dói. Ele incomoda. E, infelizmente, ainda passa despercebido por muitos profissionais de saúde. Identificar os sinais do lipedema o quanto antes pode evitar anos de sofrimento e frustração.
Ao longo do tempo, atendi dezenas de mulheres que chegaram até mim exaustas por tentarem de tudo para emagrecer e não conseguirem reduzir o volume das pernas. O mais frustrante?
Elas estavam tratando um problema com estratégias que nunca funcionariam — porque o diagnóstico estava errado. Elas não tinham sobrepeso comum e tinham lipedema.
Por isso, quero te explicar neste artigo como reconhecer os sinais do lipedema, quais os impactos dessa condição no corpo e na qualidade de vida, e como é possível dar início a um tratamento eficaz, baseado em ciência, individualização e acolhimento.
O que é lipedema: a gordura que dói
O lipedema é uma doença crônica, inflamatória e progressiva, que afeta principalmente mulheres. Ele se caracteriza por um acúmulo anormal de gordura em regiões como quadris, pernas e, em alguns casos, braços. Diferente da gordura comum, essa é uma gordura doente, inflamada, resistente à dieta e ao exercício.
Um dos principais sinais do lipedema é a dor ao toque. Não é aquela dor muscular pós-treino. É uma dor mais profunda, persistente, que vem acompanhada de sensação de peso, inchaço e hematomas frequentes, mesmo sem trauma aparente. Além disso, é comum que o volume corporal seja desproporcional: cintura fina e pernas volumosas, o famoso “falsa magra”.
O problema é que o lipedema, por muito tempo, foi confundido com obesidade, celulite ou até retenção de líquidos. Essa confusão levou muitas mulheres a enfrentarem dietas restritivas, treinos exaustivos e tratamentos estéticos sem resultado, e com uma culpa enorme por não conseguirem resultados.
Quais são os principais sinais do lipedema?
Os sinais do lipedema geralmente aparecem de forma silenciosa e vão se intensificando com o tempo. Esses são os principais:
- Acúmulo desproporcional de gordura: principalmente nas pernas e quadris, com preservação da parte superior do corpo.
- Dor ao toque: mesmo um aperto leve pode gerar incômodo.
- Sensação de peso e cansaço nas pernas: ao final do dia, o desconforto costuma aumentar.
- Hematomas frequentes: surgem mesmo com pequenos impactos.
- Pele fria e flácida nas áreas afetadas: diferente da gordura “normal”, a gordura doente tem textura diferente.
- Piora durante alterações hormonais: puberdade, gestação ou menopausa.
Em um estudo publicado na revista Vascular Medicine (2020), foi observado que mais de 30% das mulheres com lipedema demoraram mais de 10 anos para receber o diagnóstico correto. Muitas dessas mulheres já estavam em estágios avançados da doença quando finalmente descobriram o que tinham.
Por que os sinais do lipedema são confundidos com obesidade?
Essa é uma pergunta que escuto quase todos os dias no consultório. A resposta está na falta de conhecimento sobre o lipedema, inclusive entre profissionais da saúde. Como a paciente apresenta aumento de gordura nas pernas, muitos acreditam se tratar de sobrepeso. Mas o padrão da gordura no lipedema é diferente. E, principalmente, ele não responde a estratégias convencionais.
Enquanto a obesidade está diretamente ligada ao excesso calórico e pode ser revertida com mudanças no estilo de vida, o lipedema persiste, mesmo com dieta e exercício. Isso frustra a paciente, gera baixa autoestima e, em muitos casos, leva a quadros de depressão e isolamento social.
Entender essa diferença é fundamental para indicar o tratamento correto. Quando o diagnóstico é preciso, conseguimos prescrever uma conduta realista, eficaz e que leve em conta a biologia individual de cada mulher.
Fatores hormonais e genéticos
Os sinais do lipedema não surgem do nada. Existe uma combinação de fatores por trás da doença, e os hormônios têm um papel importante nisso.
A doença costuma surgir ou se agravar em fases de grande oscilação hormonal: puberdade, gestação e menopausa. O estrogênio tem um papel de destaque, já que estimula o acúmulo de gordura e modula o sistema imunológico. Quando ele está desregulado, favorece o ambiente inflamatório típico do lipedema.
Além disso, há um forte componente genético. É comum encontrar outras mulheres na mesma família com sintomas semelhantes. Por isso, se você identifica sinais do lipedema em você, vale a pena observar se há histórico semelhante entre mãe, avó, irmãs ou tias.
O que fazer ao identificar os sinais do lipedema?
Se você reconhece os sinais do lipedema em seu corpo, o primeiro passo é buscar um profissional especializado. Um diagnóstico precoce faz toda a diferença no controle da doença.
No meu consultório, avalio cada paciente de forma individualizada, com base em exames, análise da composição corporal, histórico clínico e avaliação dos sintomas. O tratamento é sempre multidisciplinar e pode incluir:
- Reeducação alimentar anti-inflamatória
- Exercícios físicos de baixo impacto
- Suplementação específica
- Controle hormonal
- Terapias injetáveis
- Drenagem linfática
- Medicação
O tratamento não visa apenas estética. Ele busca devolver qualidade de vida, reduzir a dor, controlar a inflamação e melhorar a mobilidade.
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Lipedema não é frescura, é doença. E tem tratamento.
Os sinais do lipedema não podem mais ser ignorados. A dor, o desconforto e o impacto emocional não são exagero. São reais. E têm causa fisiológica identificável. Mais importante: existe tratamento eficaz.
Quanto antes o diagnóstico for feito, melhores os resultados. O corpo responde melhor, o tratamento evolui com menos limitações e a paciente volta a se sentir no controle da própria vida.
Mas se você reconheceu os sinais do lipedema em você ou em alguém próximo, não ignore. Marque sua avaliação e receba o cuidado que seu corpo precisa, com conhecimento e estratégia.
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